segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Como se dá a análise? O Papel na Escuta
Retirei do Blog de Andreneide Dantas: O que melhor define nossa prática: a Escuta, que, desde Freud,
tem possibilitado àquele que sofre, encontrar-se naquilo que
diz. É através do discurso que o sujeito revela seus sintomas
e só através da palavra pode livrar-se disto que o incomoda.
No
início da análise as queixas referem-se à mãe, ao pai, patrões,
namorados, filhos, maridos, falta de sorte, destino etc. Em
alguns casos, a lista é enorme; chegam em posição de objetos,
vítimas que nada têm a ver com o que lhes acontece e nada
podem fazer a respeito da desordem em que se encontram, porque
foram "colocados" neste lugar.
O
trabalho do analista é mostrar ao analisando sua insubstituível
colaboração para sair desta desordem. O analista escuta o
discurso do paciente sem tentar compreender o que este fala,
ao contrário, lê aquilo que escapa aos outros campos de discurso,
trabalha com os lapsos, sonhos, interroga sobre os esquecimentos,
lembranças e sintomas. Um ato falho, um lapso, podem falhar
em relação à comunicação mas falam da verdade inconsciente.
Um
sintoma sempre diz algo, mesmo em forma de enigma; mas poucos
querem saber sobre as causas dos sintomas: porque adoeceram
em determinado momento de suas vidas, porque não conseguem
parar de comer em excesso, porque fracassam no trabalho, no
namoro ou no casamento, não conseguem ter filhos, porque são
dependentes químicos ou dependentes de alguém etc.
A
análise possibilita ao sujeito descobrir acerca do desejo
inconsciente que o mantém ligado aos sintomas. Quando faz
esta descoberta, pode dar a si próprio um lugar diferente
daquele que tinha antes de ser analisado. Assume que é responsável
por seus sucessos mas também por seus fracassos.
Pode
assim, organizar-se em seu discurso e encontrar o fio que
permite sair do labirinto de seu próprio desejo. Trabalhamos
com o desejo inconsciente que é território de descoberta.
Muitos analisandos assustam-se quando descobrem que o que
dizem ou deixam de dizer, tem conseqüências no corpo e em
suas vidas.
Ocupamo-nos,
especialmente com aquilo que "não anda" para o paciente,
seus impedimentos, fracassos, doenças. E trabalhamos com cada
sujeito em particular. Se cada indivíduo tem sua história,
(seu lugar ao nascer - se foi desejado ou não- posição na
cadeia familiar, irmãos) sua subjetividade, sua singularidade,
analisamos cada caso como único, não existindo uma resposta
coletiva ou ortopédica, nenhum tratamento massivo. Só falando
no dispositivo analítico, de si, de sua história, cada um
pode descobrir seu próprio desejo inconsciente.
Algumas
pessoas questionam o tempo da sessão na análise lacaniana:
é um tempo onde as sessões não são reguladas estritamente
pelo relógio mas por um tempo lógico (ou ilógico) tempo do
inconsciente, em que o analista escuta, interroga e pontua
a fala do analisando podendo cortar a sessão no determinado
momento em função do aparecimento de um representante do inconsciente
(significante). Este momento é sempre inesperado, e o corte
permite a continuidade do trabalho do inconsciente, possibilita
que, mesmo fora da sessão o sujeito continue associando, fazendo
suas descobertas.
Uma experiência
de análise não é fácil de explicar, mas, para aqueles que
pretendem saber sobre seu desejo, a análise é o caminho.sábado, 3 de janeiro de 2015
Imagem Anímica Pre-existente
YUNG disse em relação aos arquétipos: "Na minha opinião é um grande equívoco
supor que a alma do recém-nascido
seja tabula rasa, como se não houvesse nada dentro dela. Na medida em que a criança vem ao
mundo com o cérebro diferenciado. predeterminado pela hereditariedade e
portanto individualizado, ela responde aos estímulos sensoriais externos, não
com quaisquer predisposições, mas sim com predisposições específicas,
que condicionam uma se-letívidade
e organização da percepção que lhe são próprias (individuais). Tais predisposições são comprovadamente
instintos herdados e pré-for-mações. Estas últimas são as condições apriorísticas e formais da apercepção, baseadas nos instintos. Sua
presença imprime no mundo da criança e do
sonhador o timbre antropomórfico. Trata-se dos arquétipos que determinam os rumos da atividade da fantasia,
produzindo desse modo nas imagens fantásticas dos sonhos infantis, bem como nos
delírios esquizofrênicos,
surpreendentes paralelos mitológicos, como os que também encontramos de
forma algo atenuada nas pessoas normais e neuróticas. Não se trata portanto de idéias herdadas, mas de suas possibilidades.
Não se trata também de heranças
individuais, mas gerais, como se pode verificar
pela ocorrência universal dos arquétipos".
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Reflexão / Meditação
Devemos recorrer sempre a nossa capacidade metacognitiva, que é a capacidade de mergulhar nos próprios pensamentos e acompanhá-los. Pois pode ser muito útil na hora de resgatar uma memória ou de aprender um idioma com mais facilidade. A capacidade de refletir sobre nossos pensamentos é uma característica fundamental, já que por meio delas identificamos nossas limitações e as compensamos.
Estudos revelam que que a precisão metacognitiva varia amplamente entre a população. Alguns parecem conhecer pouco sobre os próprios pensamentos, enquanto outros revelam grande capacidade de autoavaliação mental. Refletir sobre os nossos pensamentos é algo tão antigo quanto a civilização. Sigmund Freud trouxe a noção de que não nos conhecemos como acreditamos devido a falta de acesso consciente a grande parte da mente. Ele acreditava de que com certa investigação, porém, poderíamos descobrir as forças internas ocultas que guiam nossas escolhas e ações. "O processo psicanalítico, disse Freud: -Tem como objetivo que ao longo do tempo, a pessoa que se submete a análise, possa ampliar a compreensão do próprio funcionamento psíquico evitando repetições que conduzam ao sofrimento psíquico".
Para melhorar a metacognição, além de fazer a análise, deve-se utilizar a técnica de meditação, pois ela aprimora o processo de julgar as próprias idéias; a prática provoca mudanças na estrutura, nas funções e na conexão do córtex pré-frontal anterior.
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