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terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Recalque na teoria freudiana



A noção de recalque é antiga na teoria freudiana; trata-se de um tipo de defesa especial, que pode mesmo ser considerada como um modelo de todas as atividades defensivas. Mas do que isso, é um mecanismo universal e necessário, na medida em que é pela ação do recalcamento que se constitui o inconsciente como sistema separado do resto do psiquismo.
É a partir da prática clínica que Freud vai inferir toda a concepção do recalque. Os neuróticos, principalmente os histéricos, apresentavam lacunas em suas recordações; certas coisas não podiam ser lembradas, tinham sido recalcadas. Os fenômenos lacunares estão na origem da hipótese do inconsciente. Há uma correlação entre recalque e inconsciente, e, até um certo momento, os dois termos se equivaliam. O recalque consiste, pois, no afastamento de certos elementos do campo da consciência, os quais são mantidos na esfera do inconsciente. Os conteúdos recalcados encontram-se, assim, inacessíveis ao domínio consciente e funcionam de acordo com o processo primário. Ora, na denegação, o elemento recalcado, que está portanto, fora do alcance consciente, é expresso verbalmente, mas sob a forma de uma negação. Freud ressalta que há aí suspensçao do recalcado, mas não ainda aceitação do mesmo.
O recalcamento é um processo dinâmico que requer um dispêndio de energia contante através do contra-investimento exigido para manter o recalque, pois o desejo inconsciente força o regresso à consciência e à motilidade.
E.... continuaremos com o recalque...

domingo, 4 de outubro de 2009

A Complexa Ejaculação Precoce (EP)



Estudos epidemiológicos indicam que a ejaculação precoce( EP) apresenta uma prevalência estimada entre 16% e 38% em todas as faixas etárias da população masculina. Mesmo levando-se em consideração os avanços da medicina na pesquisa de medicamentos também no caso da EP, esta disfunção parece longe de uma solução definitiva. Dr. David Rowland, do departamento de Psicobiologia de Valparaiso University (EUA), diz que "A maioria das soluções para a EP, existentes ou em desenvolvimento, tem o foco apenas na questão sintomática, ou seja, trata o sintoma sem, contudo, oferecer uma melhora permanente do problema". Claudio Teloken, professor de urologia da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre diz em um artigo na revista Psique, que "È possível definir didaticamente as causas da EP de duas maneiras: ou o indivíduo nasce com o problema, e apresenta a disfunção assim que começam as manisfestações sexuais na adolescência, ou ela é adquirida. Esta última pode ter relação com doenças como hipertensão, diabete melitus e a própria disfunção erétil, e ainda, pode ser dquirida por causas psicológicas - A motivação pode ser a segurança, temor relacionado ao desempenho, (perspectivas de um desempenho irrealista)". Já para o Psiquiatra da UERJ, Luiz Augusto Brites Villano, no mesmo artigo diz: "Embora exista uma discussão sobre a possível existência de uma única causa biológica responsável por uma maior propensão para que o indivíduo desenvolva EP, o que se vê na prática clínica é que o problema está ligado a ansiedade".

Segundo Cassandra Pereira França- Psicanalista e autora do livro: Ejaculação Precoce e disfunção erétil- uma abordagem psicanalítica (editora Casa do Psicólogo), "O atendimento médico para EP aumentou, superando inclusive os casos de disfunção erétil, que antes predominava" Cassandra considera que isto se deve ao aparecimento do Viagra que é substância vasodilatadora. Ela acrescenta ainda que "essas drogas não ajudam em nada o ejaculador precoce, ao contrário, deixam-no mais frustrado, pois os outros ficam com maior tempo de ereção, e ele não consegue essa continuidade". Para ela, o acompanhamento com psicanalistas é uma grande opção de tratamento da EP: "A terapia vai depender de uma avaliação inicial do histórico do paciente, que identificará se a causa do problema é reativa- provocada por uma situação atual- por exemplo, crise financeira, desemprego; ou profunda- com a constituição ainda na infância. Na EP profunda podem estar por trás alguns problemas como o fato de o homem querer ter o prazer, mas querer que tal prazer seja muito rápido". Neste caso a disfunção até pode ser reativa em função, por exemplo, de um sentimento de raiva que ele desenvolveu pela parceira. Dessa forma fica muito difícil separar uma uma da outra, profunda da reativa, daí a importância do histórico para avaliar a extensão do problema na vida do homem."

Tratamento: Para tratar a maior das questões sexuais, usam-se técnicas da Terapia Cognitivo-Comportamental, em que o profissional reeduca, modifica resposta ao estímulo. Muitas vezes, (enquanto ele não aceita o divã, nos primeiros meses), ansiolíticos prescritos pelo urologista ou andrologista são associados a terapia.