As postagens são feitas por nossa Comissão Científica. Podem ser próprias, adaptadas, transcritas de teóricos ou de sites científicos com publicações de novos estudos, e, teem a finalidade de informar e esclarecer alguns transtornos mentais. Não é diagnóstico final, portanto, procure o seu profissional ou o nosso espaço para maiores esclarecimentos em N. I./RJ com hora marcada: tel- 2669-7562 ou 9644-87280


domingo, 18 de maio de 2008

Beijos! hum...hum...hum...! Vem aí dia dos namorados

Os lábios têm uma enorme concentração de receptores sensoriais extremamente sensíveis à estimulação que evoca reações primais. Quando intensos, prenhes de afetos e atravessados pelos desejos, os beijos costumam aumentar a pulsação sanguínea e a pressão arterial, as pupilas se dilatam e a capacidade de pensar racionalmente é momentaneamente arrefecida, tornando a inibição mais tênue. O mais interessante é que além do arrebatamento e da excitação sexual- previsível - diz Gláucia Leal em mente & cérebro, pesquisas mostram que o grau de afinidade entre as bocas pode determinar ( ou refletir) o futuro dos relacionamentos. Para a psicologia evolucionista, a explicação é simples: ao beijarmos, enviamos e recebemos informações sutis, nem sempre captadas claramente pela consciência, a respeito da intensidade do comprometimento afetivo- e de nossas intenções de nos mantermos ao lado daquele a quem beijamos. Podemos pensar que o encontro das bocas nos remete a uma oralidade primitiva e simbiótica, experienciada na pré-história de nossa vida psíquica, quando nos uníamos ao outro ( em geral a figura materna), como se amalgássemos a ele, e todo o mundo ao nosso redor simplesmente desaparecesse. Talvez por isso a maioria das pessoas feche os olhos quando beija, refugiamo-nos atrás das pálpebras e então é como se a realidade externa já não existisse ou, quem sabe, se diluísse e também se juntasse a nós, indistinta. Por alguns instantes, só existe o toque dos lábios, o roçar das peles, a mistura dos hálitos.
Ainda que por frações de minutos, o ato de beijar suspende o juízo de valor, ficamos encantados demais para nos incomodar com a prudência ou nos acanhar. "Talvez o Superego ( instância psíquica proposta por Sigmund Freud, guardiã das normas e proibições que aprendemos e adotamos) seja solúvel em beijos..."

domingo, 4 de maio de 2008

Técnica Psicanalítica- Conceitos básicos- 2ª parte



5-Catarse- Palavra de origem grega, cujo sentido etimológico é"purificação". Hoje o sentido básico é expulsão de sentimentos, explosão de afetos. Daí a psicanálise ser chamada por muito tempo de "método catártico". A função do psicanalista, com efeito, é conseguir trazer à tona certos sentimentos traumáticos que interferem na estabilidade emocional do paciente, o que normalmente acontece mediante catarses e ab-reações.
6- Ab-reação- O prefixo latino ab designa separação, afastamento. O termo ab-reação é usado para nomear uma intensa descarga emocional-afetiva decorrente do afrouxamento das estruturas do ego.O id, então, passa a estar mais livre para permitir esse deslocamento de conteúdos latentes. Os conceitos de catarse e ab-reação, como se vê, são bastante próximos. A diferença talvez esteja na intensidade da descarga e na caracterização do conteúdo deslocado que, na ab-reação, é de caráter mais profundo.
7- Livre-Associação- É o método psicanalítico por excelência. Consiste em associar de forma livre ( mas não arbitrária) as idéias perceptíveis no discurso do paciente. Ou seja, a partir da difusa linguagem do paciente, deve o analista correlacionar as idéias, analisando-as, adaptando-as, interpretando-as, despreendendo o que for aproveitável para o tratamento. É através da livre-associação que o terapeuta consegue encontrar possibilidades de diagnóstico, para só então decidir que caminho trilhar no decorrer do tratamento.
8- Id, Ego e Superego- Trata-se da famosa divisão tripartida da psique humana, proposta por Sigmund Freud. O id representa a porção inacessível a princípio, inconsciente, uma espécie de repositório de emoções, lugar onde residem os conteúdos ocultos, caracterizadores do que realmente somos; o superego é o agrupamento de valores adquiridos responsáveis por forjar uma contraparte do id. Este, de caráter internalizado, se opõe àquele, de características extrínsicas, adquiridas. Pode-se afirmar que o superego é o conjunto de valores que vamos gradualmente adquirindo em nossa convivência com a sociedade. É o superego que diz o que se deve ou não fazer, se quizermos existir com o mínimo de harmonia. O ego finalmente, é o eu psicológico, ponto de convergência entre o id e o superego. Do embate entre esses dois elementos pode nascer ou não um ego estruturado, responsável pelo hipotético ser humano estruturado que somos ( ou seríamos).
9- Fases oral, anal e fálica- Segundo Freud, representam as três fases de desenvolvimento da sexualidade infantil, que antecedem o período de latência. As nomenclaturas simbolizam a fixação em atividades ligadas, respectivamente, à boca (Ex: o chupar o dedo), ao ânus ( Ex. atividade de excreção) e ao Falo ( Ex. Pênis, Clitóris). A sexualidade humana experimenta um considerável desenvolvimento nas três fases infantis ( do nascimento até aos 5 anos), entra em período de quase estagnação na latência ( entre 6 e 10 anos), e, retorna com intensidade na puberdade, em processo de efervescência, até a escolha do objeto definitivo.
10- Complexo de Édipo- Para Freud os pais representam o primeiro objeto sexual na estrutura afetiva do indivíduo. O enlaçamento carnal com a mãe se traduz numa forte fixação do filho no que concerne ao sentimento de posse, o que implica, nas meninas, uma espécie de homossexualidade inicial, que tende a perder força na última fase de organização libidinal, entre os 4 e 6 anos ( fase fálica). No caso dos meninos, afeição, ternura e apoio da parte da mãe são imprescindíveis ao desenvolvimento da personalidade, o mesmo se podendo dizer das meninas em relação ao pai, principalmente a partir dos 3 anos, quando há o abandono simbólico da paixão pela mãe, elegendo-se a figura masculina como novo objeto.
O complexo de Édipo, alusão à tragédia grega de Édipo Rei ( que se apaixonou pela própria mãe), manifesta-se em seu grau positivo, mais intensamente entre os 3 e 4 anos, quando ocorre uma intensificação do processo sexual, experimentando uma cessação no período de latência e retornando de modo mais brando na puberdade. O complexo de Édipo transforma o progenitor de mesmo sexo num rival ferrenho, na disputa pelo amor do progenitor de sexo oposto. Certas fixações edipianas podem levar a distúrbios diversos de ordem sexual.
Obs: Os conceitos estão colocados nestas duas últimas postagens de forma resumida para que os estudantes de nossa área possam ver uma objetividade na conceituação, porém, há que se ter a subjetividade como parte fundamental da teoria psicanlaística, já que subjetiva é a psiquê do ser humano.