As postagens são feitas por nossa Comissão Científica. Podem ser próprias, adaptadas, transcritas de teóricos ou de sites científicos com publicações de novos estudos, e, teem a finalidade de informar e esclarecer alguns transtornos mentais. Não é diagnóstico final, portanto, procure o seu profissional ou o nosso espaço para maiores esclarecimentos em N. I./RJ com hora marcada: tel- 2669-7562 ou 9644-87280


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Um pouco mais de Psicanálise Freudiana



Apesar de não ter sido o primeiro a usar a palavra inconsciente, Freud inovou ao tratá-lo como uma espécie de depósito dos nossos desejos reprimidos ligados à sexualidade ou a agressão que ficam atuando sobre a mente consciente. Ao ouvir o paciente falar livremente no divã, o psicanalista o ajuda a compreender como a pressão do inconsciente está produzindo seus distúrbios para que ele possa se libertar deles.

Freud acredita que a mente adulta vai sendo moldada na infância, de acordo com as experiências de prazer e desprazer que ela vivencia em cada fase do desenvolvimento da libido- libido para Freud, é a energia corporal expressa pelos instintos sexuais. Ela já estaria presente no bebê, por exemplo, ao se relacionar com seus pais. Se o bebê for menino, ele deseja ter a mãe para si e enxerga o pai como um rival que reprime seu desejo (Complexo de Édipo). Já a menina desejaria o pai- mas também reprime essa vontade por temer perder o amor de sua mãe por isso. Mesmo permanecendo ocultos no inconsciente, esses desejos poderiam gerar distúrbios na mente do adulto.

Para Freud, a personalidade está dividida em três partes. A primeira delas, o id, seria a mais profunda da piquê humana. Lá estariam depositados os impulsos instintivos dominados pelo desejo de prazer. Ou seja, é o lado animal do homem, quase todo inconsciente. Já o superego seria uma espécie de polícia interna. É aquela voz que parece ser o senhor da razão, julgando nossos atos e, na maioria das vezes, censurando-nos. No meio do conflito entre os desejos do id e a censura do superego, estaria o ego. O ego á a parte da persoalidade que está em contato direto com a realidade externa. Criado partir do id, tem a função de garantir a saúde, a segurança e a sanidade da pessoa.

Mais que um Psicanalista....

Exercer o legado de Freud é mais que uma profissão – é um privilégio, é um raro caminho seguro, para o tão buscado auto-conhecimento. Só demanda estudo árduo, aplicação, honestidade, dignidade, dedicação e muito amor pelos que nos cercam, aceitando suas fragilidades e inseguranças.
Sempre aprimorando o processo de “escuta”, até que este se torne fortemente interno e, finalmente, consigamos ouvir a voz de nossa alma.
A psicanálise é uma atividade singular, a outorga para o seu exercício não acontece no ato da entrega do certificado de conclusão de curso, essa autorização é interna, produto da aquisição do conhecimento, e do resultado transformador da análise.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dinheiro na Cabeça!



O dinheiro mexe com a cabeça! Esse é o tema da revista mente & cérebro dessa semana. E, resolvi colocar o assunto aqui para discussão. Os neuroeconomistas teem estudado mais detalhadamente o conceiro de Homo oeconomicus, verificando e desenvolvendo teorias econômicas para compreender o que acontece no cérebro humano. O rápido progresso da tecnologia, principalmente na área dos procedimentos por imagem, fez com que essa linha de estudos fosse impulsionada nos últimos anos. Confiar nas pessoas com quem fazemos negócios provoca intensas reações cerebrais. Nos que acreditam em seus parceiros, o córtex pré-cingular, uma área que analisa o próprio comportamento e as ações presumíveis do outro, mostra-se mais ativo.
A maioria das pessoas que se submete a um processo psicoterápico, em especial de base psicanalítica, provavelmente terá de se haver, em algum momento, com a questão do dinheiro. Não por acaso: de uma forma ou de outra, todos nós temos inquietações- e sofrimento - em nossas relações com o vil metal. Na clínica, ele não é apenas tema de análise, mas também um elemento da sustentação do setting. A maneira como o paciente lida com o pagamento das sessões, o quanto e o como dispõe de seus recursos costuma oferecer material de trabalho ao analista e ao analisando, dando margem a reflexões, interpretações, elaborações e insights.
"Ha uma diferença fundamental em relação à maneira como o dinheiro circula no mercado e na clínica, onde está associado à economia inconsciente", ressalta o psicanalista Mauro Mendes Dias, membro-fundador da Sociedade de Psicanálise de Campinas. Na neurose obsessiva, por exemplo, o traço de avareza corresponde ao sentido miserável que o sujeito atribui a seu próprio desejo. O pagamento introduz uma questão decisiva destacada por Freud, que remete às primeiras trocas da criança com a mãe. Jacques Lacan fala de três preços: 1- vinculado à palavra do analista, que sempre deve ter efeito de interpretação, e, portanto, não pode ser banal; 2- tem a ver com o esvaziamento do próprio ego. Para dispor dessas duas condições o psicanalista precisa ter se submetido a própria análise e à formação- o que costuma ser dispendioso. 3- Está relacionado à necessidade de sustentar sua função por meio de um processo continuado de aprendizagem, leitura, atualizações, troca com pares, participação em grupos de discussão e eventos- e isso requer investimento permanente, não só de dinheiro, mas também de tempo e desejo.
Pense:
Porque adquirir aquele produto? Impulso? Necessidade?
Estudos mostram que mecanismos inconscientes interferem fortemente quando abrimos a carteira.