As postagens são feitas por nossa Comissão Científica. Podem ser próprias, adaptadas, transcritas de teóricos ou de sites científicos com publicações de novos estudos, e, teem a finalidade de informar e esclarecer alguns transtornos mentais. Não é diagnóstico final, portanto, procure o seu profissional ou o nosso espaço para maiores esclarecimentos em N. I./RJ com hora marcada: tel- 2669-7562 ou 9644-87280


domingo, 13 de outubro de 2013

A Sexualidade na etiologia das Neuroses

A Busca do auto-conhecimento
              Pesquisas exaustivas durante os últimos anos levaram-me a reconhecer que as causas mais imediatas e, para fins práticos, mais importantes de todos os casos de doença neurótica são encontradas em fatores emergentes da vida sexual. Essa teoria não é inteiramente nova. Uma certa dose de importância tem sido concedida aos fatores sexuais na etiologia das neuroses desde tempos imemoriais e por todos os autores que trataram do assunto. Em certas áreas marginais da medicina sempre se prometeu, simultaneamente, a cura das “queixas sexuais” e da “fraqueza nervosa”. Uma vez que a validade da teoria deixe de ser negada, portanto, não será difícil contestar sua originalidade. 
            A terapia psicanalítica não é, no momento, aplicável a todos os casos. Tem, a meu ver, as seguintes limitações. Requer um certo grau de maturidade e compreensão nos pacientes, e portanto não é adequada para os jovens ou os adultos com debilidade mental ou sem instrução. Fracassa também com as pessoas muito idosas porque, devido ao acúmulo de material nelas, o tratamento tomaria tanto tempo que, ao terminar, elas teriam chegado a um período da vida em que já não se dá valor à saúde nervosa. Finalmente, o tratamento só é possível quando o paciente tem um estado psíquico normal a partir do qual o material patológico pode ser controlado. 

domingo, 15 de setembro de 2013

Não deixe para amanhã a possibilidade de se autoconhecer. Não se sabote. Saia da zona de conforto para uma vida mais plena e mais feliz. É claro que você vai tocar feridas mais profundas, e, vai aprender a tomar decisões, pois vai sair de cima do muro, e, terá oportunidade de falar dessas feridas e PENSAR!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entre o Genótipo e o Fenótipo

OBSERVEM: A entrega do resultado de um teste genético é um momento cercado de expectativas. Era a primeira vez que, na Clínica de Psicanálise do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, em agosto de 2007, Dr. Jorge Forbes e Dra. Mayana Zatz fariam juntos a devolutiva de um teste de DNA positivo para Ataxia Espinocerebelar Machado-Josef. A solenidade do ato foi quebrada quando, ao receber a paciente, o psicanalista surpreende. Mostra curiosidade sobre a história e a vida da moça, em detrimento à devolutiva do diagnóstico. O envelope sobre a mesa ganhou segundo plano. Ao fazer isso, o analista tirou a consistência e o peso da doença, deu um tom de leveza ao encontro e possibilitou à paciente legitimar o diagnóstico, já sabido por ela, que utilizava cadeiras de rodas havia dois meses.
Sob um resultado genético recai o peso do Maktub – o estava escrito – o destino escrutinado. Não é essa a aposta da psicanálise! A ética da psicanálise é a ética do desejo. É singular, toca cada sujeito, naquilo que ele tem de mais íntimo e verdadeiro. Antepõe-se ao que universaliza a todos, generaliza e adequa aos padrões e protocolos. Na ética do desejo, a decisão é sempre do paciente. Um diagnóstico não se justifica por si. Ao incidir no intervalo entre o genótipo e o fenótipo, a psicanálise convida o sujeito para o diálogo. Se com o DNA não há a possibilidade de negociação, há com seu hospedeiro. A escolha é um exercício humano, singular e intransferível. Expressa na máxima de Jacques Lacan, “por nossa condição de sujeitos somos sempre responsáveis".
A resignação e a compaixão, o vírus “RC”, batizado por Jorge Forbes, é encontrado na maioria dos pacientes e seus familiares acometidos por doenças genéticas. Visando a desativar essa carga viral, o Projeto Desautorização do Sofrimento, paradigma clínico da Clínica de Psicanálise do Centro de Estudos do Genoma Humano, ganhou a pronta adesão da paciente. No caso em questão, a direção do tratamento psicanalítico foi: 1) incidir sobre a separação simbiótica entre a paciente e seu pai; possibilitando que a paciente tomasse posse de seu diagnóstico, de modo que se tornasse única, fugindo da sombra da mãe e de outros familiares já mortos em função da doença; e 2) provocar a desautorização do sofrimento, alternativa que poderia abrir para outras perspectivas de vida além da certeza do já sabido e confirmado pelo diagnóstico. Como poetou Drummond, se “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional”.
A paciente, após três meses de tratamento, solicitou uma declaração em que constasse o CID da sua doença e seu estado clínico. Quis concorrer a uma vaga de trabalho no Programa de Apoio a Pessoa com Deficiência da prefeitura de São Paulo. Era o primeiro caso em mais de 30 mil atendidos no Genoma que um paciente fazia tal solicitação. Via de regra, a demanda é para atestados de afastamento junto ao INSS e para pedidos de aposentadoria.
Sua vida amorosa também ganhou novos matizes. Viajou, foi para a bela ilha, cantou no luau, velejou, paquerou e beijou na boca. Conheceu um rapaz pela internet, no virtual ele era mais interessante, no encontro olhos nos olhos, a certeza de que a resposta à pergunta “é namoro ou amizade” era a segunda alternativa.
Seis anos se passaram desde o primeiro encontro entre paciente, psicanalista e geneticista e da adesão dela ao tratamento psicanalítico. Tive o privilégio de conduzir o tratamento. Apesar do impedimento ao seu comparecimento às sessões de análise, em decorrência do agravamento dos sintomas, nossos contatos perduram, agora, por meio de mensagens por celular e e-mail. Ela perdeu a voz. Mas seu desejo e a aposta na vida ainda falam.
Nas trocas de mensagens, ela conta do medo da morte, de deixar as pessoas que ama, de deixar o Petito, seu cachorro, de se sentir cansada e sem forças, mas perdura a teimosia e a coragem em viver. Quando, da última vez que nos comunicamos, ela enviou-me um e-mail dizendo: “Fiquei com a certeza de que se não tem como fazer para parar o tempo, há como passar por ele vivendo da melhor forma possível e é assim que voltei a pensar, e é assim que vou tentar viver”.
Esse caso confirma, de maneira inexorável, a aposta da psicanálise no impossível, a forma como uma análise transforma e vivifica o sujeito, indo além da doença, desacelerando o seu avanço, abrindo para perspectivas de uma vida qualificada e sustentada na honra. Mostra, também, uma parceria inusitada e criativa, em outros tempos impensada, entre a psicanálise e a ciência do século XXI, a genética. Se sobre essa caía o peso da decifração dos nossos enigmas, vê-se o contrário, que a palavra última não é dada pelo resultado do DNA, esse precisa ser interpretado. A interpretação de um resultado diagnóstico e a decisão a ser tomada é uma postura, um empréstimo de consequência, reflexo de uma escolha subjetiva. Como escreveu Gabriel Garcia Marques, em Amor nos Tempos do Cólera, “que é a vida, e não a morte, que não tem limites”.

Liége Lise é psicanalista.  Atende na Clínica de Psicanálise do Centro de Estudos do Genoma Humano – USP/SP. É membro do IPLA- Instituto da Psicanálise Lacaniana- SP

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As neuroses de defesa

Há 4 tipos e muitas formas dessas neuroses. Posso apenas traçar uma comparação entre histeria, neurose obssessiva e uma forma de paranóia. Elas têm várias coisas em comum. São aberrações patológicas de estados afetivos psíquicos normais: de conflito (histeria), de autocensura (neurose obssessiva), de mortificação (paranóia), de luto (amência alucinatória aguda). Diferem desses afetos pelo fato de não conduzirem à resolução de coisa alguma, e sim a um permanente prejuizo para o ego. Ocorrem sujeitas as mesmas causas precipitantes dos seus protótipos afetivos, contanto que a causa preencha duas precondições a mais - que seja de natureza sexual e que ocorra durante o período anterior à maturidade sexual (as precondições de sexualidade e infantilismo).  As principais diferenças entre as diversas neuroses são demonstradas na forma como retomam as idéias recalcadas: outras diferenças são evidenciadas na maneira como os sintomas se formam e no rumo tomado pela doença. Mas o caráter específico de uma determinada neurose está no modo como se realiza o recalque.

sábado, 20 de julho de 2013

ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

ESCOLHA PROFISSIONAL!




Pensar em trabalho e relações de trabalho passa por uma questão nitidamente histórica e marcada por modelos econômicos que nos constituem. Falando do nosso momento atual podemos ver que nossas vidas se estruturam hoje entorno de relações de trabalho, escolhas profissionais e uma enorme exigência em atender o mercado. Cada vez mais cedo nos vemos diante da responsabilidade de uma "decisão de vida", de uma escolha que nos engendrará por um caminho de construção da nossa história e marcará nossa identidade no mundo.

Já se foi a época em que a Orientação Vocacional simplesmente aplicava testes e traçava perfis de sucesso. Hoje o caminho é outro muito mais perto de uma reflexão de todo esse processo. Pensando no significado do trabalho, das exigências do mercado e de uma análise e conhecimento pessoal que nos habilite a fazer uma escolha. O profissional de psicologia pode ajudar a desconstruir e construir juntos esse processo. Refletindo o que mais nos importa dentro dessas exigências e o que estamos dispostos a abrir mão ou não quando escolhemos uma profissão.

Sabe-se, principalmente hoje, que não estamos fadados a uma escolha profissional para o resto da vida. Nosso percurso profissional vai se desenhando ao longo dela, muitas vezes com mudanças dentro da mesma profissão ou até mesmo mudanças de profissão. Pensar sobre isso pode ser um, dos diversos caminhos que nos fazem fazer uma escolha com menos sofrimento.

Para algumas pessoas o peso dessa decisão pode ser angustiante, e muitas vezes é importante descobrir espaços para refletir essas questões e chegar a escolhas um pouco mais coerentes com nossas realidades, desejos e personalidades. Desta forma a psicologia pode ter uma importante contribuição no processo.



Renata Gomes Ferreira

Psicóloga Clínica

Orientação Vocacional"

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Palavra da nossa Fonoaudióloga

VOCÊ SABE O QUE É O DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM (DEL)?


O termo Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) refere-se a crianças que apresentam dificuldade em adquirir e desenvolver habilidades de linguagem na ausência de deficiência mental, déficits físicos e sensoriais, distúrbio emocional severo, fatores ambientais prejudiciais e lesão cerebral.



CASO NOTE QUE A CRIANÇA APRESENTE ALGUNS DOS SINTOMAS ABAIXO PROCURE O FONOAUDIÓLOGO!

... 1 –Tem dificuldades de entender o que escuta

2- Troca as ordens das palavras

3- Troca os sons na fala

4- Ninguem consegue entender o que ela tenta dizer

5- A criança demora mais do que o normal para começar a falar

6 – Demora a aprender a ler

Texto da nossa Fonoaudióloga Dr.ª Rosilene S. Silva

quarta-feira, 6 de março de 2013

Anomia

             Anomia é a doença da modernidade, ou seja, é a falta de sentido. Talvez fôssemos mais resilientes se soubéssemos pelo que estamos lutando, se conhecêssemos qual é a nossa "causa", ou seja, se tivéssemos objetivos.
              Nietzche já dizia " Quem tem porque viver, pode suportar quase qualquer como", essa é uma frase linda pra ser pensada, e, é outra forma de dizer que não se pode viver na anomia. Sócrates já falava que é preciso pensar, não podemos agir no automático. é preciso traçar metas e ir ao encontro delas. Se não conseguir sozinho, pode-se pedir ajuda. Não se pode viver como os outros animais pura e simplesmente, se você detém o raciocínio, ou ainda, pense se você não está muito longe do SEU DESEJO, se não o perdeu por aí enquanto estava muito ocupado. Retome as rédeas do seu destino!
             Olivier Sacks, também disse: " Nada é mais maravilhoso ou mais digno de ser celebrado, do que algo que vai desobstruir a capacidade da pessoa e permitir-lhe crescer e pensar".
               Esperando que a minha fala de hoje possa fazer você pensar, crescer e objetivar!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval psicanalisado?

        Ando pensando no carnaval enquanto leio as minhas apostilas do mestrado, fico pensando nas pessoas que são tão felizes nesta época e na quarta-feira de cinzas não estão mais felizes e, fico tentando entender através da psicanálise essa alegria dissolvida após 3 dias, porque o carnaval atende largamente a esse desejo de dissolução, coloca sua chave simbólica nas mãos de um rei Momo, uma autoridade que existe para subverter a ordem. Por outro lado, nesse mesmo impulso para destronar a autoridade e os laços constituídos, pode-se perceber um apelo não menos familiar na direção contrária: que haja referência simbólica dominante, que haja alguém forte o suficiente para colocar um limite nas coisas, para tomar as decisões por todos - mesmo que tendenciosamente.

         As máscaras são símbolos de identificação. Por apropriação "mágica", seja na aparência e/ou comportamento e poderes, o usuário desperta de si as características que projetava na figura representada. Ferramenta de adaptação, recurso de defesa psíquica, todos nos mascaramos em nosso dia-a-dia e o único e verdadeiro risco é o de se apegar aos papéis que exercemos, esquecendo que somos atores de uma obra bem mais vasta: a nossa jornada de autoconhecimento.
            
            Então é isso. Carnaval é imagem. Carnaval é imaginário puro, com pouca, ou nenhuma, possibilidade de simbolização. Carnaval é tempo de barulho externo, e mudez interna. Diz o senso-comum que o superego é solúvel em álcool. Acho que a única forma de o superego se dissolver, não é em álcool, mas em mutismo. Aí acontece que o álcool pode calar o superego. Ou, apenas encorajar as pessoas, que acham que pode fazer muito mais coisas no carnaval do que nos outros dias. Podem realizar suas fantasias. Mas... Há algo mais real do que uma fantasia?

            Alguns se fantasiam de nus. Outros se fantasiam de pinturas e lantejoulas. Há ainda quem se fantasie de superego mudo. O tempo de duração é relativo, varia entre um dia e uma vida. Tem micareta, pré-carnaval, pós-carnaval, Carnaval, entre outros.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Da Arte à Psicanálise

A arte se antecipou a Ciência no descobrimento das realidades psicológicas. Desde tempo imemorial, a criação artística tem sido expressão plástica da vida emocional do homem, tanto quanto a investigação científica tem pretendido ser da sua vida intelectual.  As teorias freudianas encontraram eco rapidamente nos meios artísticos, singularmente na Literatura e no Teatro. Aquelas por sua vez, extrairiam desta boa parte de seus argumentos. A Psicanálise demonstrou como as obras primas da Arte (poesia, literatura, pintura, etc) eram, em muitas ocasiões, resultantes da projeção dos próprios conflitos e complexos afetivos de seus tutores. Em 1913, Freud publicou na revista "Imago" sua primeira contribuição a respeito do assunto, psicanalisando a famosa obra de Shakespeare, O mercador de Veneza. Comparando a cena da escolha de uma das três caixas (de ouro, prata e chumbo) com cenas semelhantes de outras obras na tragédia O Rei Lear, onde o pastor Paris terá que fazer a escolha de uma das três Deusas. Chegou a conclusão de que se trata do simbolismo da escolha que o homem faz diante de três mulheres. Tal escolha se faz sempre em favor da terceira (que ama e se esconde no fundo; é modesta e desaparecerá na profundidade como o chumbo). A Psicanálise faz da imagem desta terceira irmã o símbolo da Morte (silenciosa e oculta na profundidade) que é, por sua vez, e por curiosa antinomia, o símbolo do Amor. Não esqueçamos que Garcia Lorca dominava o êxtase amoroso de "la Muerte chiquita" - a pequena morte-. Do mesmo modo foram psicanalisadas diversas obras de Leonardo Da Vinci, A Gradiva,de W. Jensen, A vida amorosa, de Lenan, O complexo Edipiano de Hamlet, etc. Para ilustrar bem esta parte cito o filme "UM MÉTODO PERIGOSO" que mostra o início da carreira de Jung, psiquiatra novo que ao em vez de medicar acredita na teoria da psicanálise na época Freudiana e pratica algumas de suas teorias e investigações na associação de palavras com seus pacientes.
Veja o trailer no link http://youtu.be/SmU0oL0Iswc .

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Começou...

Foi dada a largada, começou 2013 e. temos muito a fazer, metas a cumprir e pendências a serem resolvidas, não é assim? Calma! Porque o ano começou como todos os outros, você não precisa correr, ele também tem 365 dias como os outros. O que é preciso é estabelecer prioridades, e, principalmente, tentar perceber se o que você está fazendo faz parte real do seu desejo, ou se o que você está fazendo (trabalho, curso, relacionamento) realmente é que que você quer. Será que não está fazendo por causa de alguém? Enfim, o que você precisa é pensar e agir com calma.
É importante decidir a não carregar culpas. Perdoe as pessoas que te fizeram mal e as esqueça, mas perdoe principalmente a si mesmo, porque não é se culpando, se punindo que você resolverá as pendências, os conflitos e as noites mal dormidas; Decida fazer algum tipo de exercício (mesmo em casa, mesmo na cama). Decida comprar algo novo; Decida visitar o seu inconsciente, obter autoconhecimento e entender-se melhor, antes de exigir que entendam você; E, principalmente, telefone ou vá até aquela pessoa amiga simplesmente para conversar banalidades. Isso também faz um bem enorme.
Um novo e Feliz 2013!