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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval psicanalisado?

        Ando pensando no carnaval enquanto leio as minhas apostilas do mestrado, fico pensando nas pessoas que são tão felizes nesta época e na quarta-feira de cinzas não estão mais felizes e, fico tentando entender através da psicanálise essa alegria dissolvida após 3 dias, porque o carnaval atende largamente a esse desejo de dissolução, coloca sua chave simbólica nas mãos de um rei Momo, uma autoridade que existe para subverter a ordem. Por outro lado, nesse mesmo impulso para destronar a autoridade e os laços constituídos, pode-se perceber um apelo não menos familiar na direção contrária: que haja referência simbólica dominante, que haja alguém forte o suficiente para colocar um limite nas coisas, para tomar as decisões por todos - mesmo que tendenciosamente.

         As máscaras são símbolos de identificação. Por apropriação "mágica", seja na aparência e/ou comportamento e poderes, o usuário desperta de si as características que projetava na figura representada. Ferramenta de adaptação, recurso de defesa psíquica, todos nos mascaramos em nosso dia-a-dia e o único e verdadeiro risco é o de se apegar aos papéis que exercemos, esquecendo que somos atores de uma obra bem mais vasta: a nossa jornada de autoconhecimento.
            
            Então é isso. Carnaval é imagem. Carnaval é imaginário puro, com pouca, ou nenhuma, possibilidade de simbolização. Carnaval é tempo de barulho externo, e mudez interna. Diz o senso-comum que o superego é solúvel em álcool. Acho que a única forma de o superego se dissolver, não é em álcool, mas em mutismo. Aí acontece que o álcool pode calar o superego. Ou, apenas encorajar as pessoas, que acham que pode fazer muito mais coisas no carnaval do que nos outros dias. Podem realizar suas fantasias. Mas... Há algo mais real do que uma fantasia?

            Alguns se fantasiam de nus. Outros se fantasiam de pinturas e lantejoulas. Há ainda quem se fantasie de superego mudo. O tempo de duração é relativo, varia entre um dia e uma vida. Tem micareta, pré-carnaval, pós-carnaval, Carnaval, entre outros.

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