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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Borderline na visão psicanalista



A difícil realidade dos que sofrem deste transtorno de personalidade, e o tratamento psiquiátrico que emergiu de uma visão psicanalista: Sentimentos intensos e confusos, flutuações rápidas e variações no estado de humor, comportamento autodestrutivo e automutilante, impulsividade e agressividade, além de um vazio profundo marcam o Trantorno de Personalidade Borderline (TPB). Teodore Millon em em 1980, possuia um envolvimento clínico e teórico de longa data em transtornos de personalidade, propôs uma personalidade formada por fatores biológicos combinados e interagindo reciprocamente com as experiências no decorrer da vida, tornou o conceito diagnóstico acessível para terapeutas comportamentais. Assim, o transtorno ocorrendo na idade adulta e preenchendo cinco ou mais características das indicadas abaixo (Tabela TPB proposta pelo DSM-IV-TR (APA-2002), podemos considerar o indivíduo um paciente Borderline:



  • Esforços para evitar um abandono real ou imaginário- são pessoas intolerantes a solidão;

  • Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, em que a pessoa alterna entre extremos de idealização e desvalorização;

  • Perturbações de identidade- instabilidade constante da auto-imagem ou do sentimento do eu;

  • Impulsividade em duas ou mais áreas, prejudicando significativamente a sua vida.( sexo, abuso de substâncias, comer compulsivo, etc.)

  • Comportamentos, gestos ou ameaças de suicídio ou de comportamento automutilante;

  • Instabilidade afetiva - oscilação frequente de humor;

  • Sentimentos crônicos de vazio;

  • Raiva intensa ou dificuldade em controlar a raiva;

  • Episódio de ideação paranóide relacionado ao stress e a sintomas dissociativos intensos.

Pesquisas recentes nos mostram que assim como se controlam a pressão alta e o diabetes com posturas comportamentais e medicamentos, também podemos tornar o modo de vida de um borderline mais feliz. Serotonina, norepinefrina e acetilcolina estão entre os neurotransmissores químicos envolvidos com a região do córtex cerebral pré-frontal onde se preduz a capacidade de suprirmir-se as emoções negativas, logo esses mensageiros químicos desempenham um papel na regulação das emoções, inclçuindo raiva, ansiedade, tristeza e irritabilidade.

O TPB é segundo as pesquisas, mais frequente em mulheres, que buscam conciliar diversos papéis sem saber o que priorizar, gerando mais confusão e estresse sobre quem são ou o que querem. Além de causas como aumentos da taxa de divórcios, da utilização de babás, da dificuldade de alcançar relacionamentos íntimos mais estáveis, violência sexual na infância, rejeição, etc.

A teoria de Klein- com seus conceitos de cisão, objetos bons e maus e identificaçõ projetiva- possibilitou falar sobre a instabilidade e o quadro clínico caótico apresentado pelo borderline.

O tratamento requer tempo e paciência, tanto dos profissionais quanto dos familiares, envolve a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental com medicamentos, preferencialmente antidepressivos e estabilizantes de humor. Em determinados contextos (psiquê42-ciência e vida) a internação psiquiátrica pode ser necessária para a proteção do próprio paciente.

Difícil é quando ocorre a comorbidade, ou seja, a associação do TPB com o TBH ou outros transtornos mentais. A observância deve durar pelo menos 6 meses antes de um diagnóstico, pois não há atualmente exames de neuroimagem ou laboratoriais que façam o diagnóstico.

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