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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

De Freud aos dias atuais


Com Freud, o homem deixou de ser o centro do Universo e o centro do seu próprio universo, descobriu-se governado por forças que não controla nem conhece, advindas do inconsciente. Essa é sua maior marca cultural e universal. Revolucionário na cultura ocidental, Freud possibilita uma conversa de duas vias entre a ocidental e a oriental. Mergulhando no campo das emoções e da irracionalidade, destacou esferas da vida psíquica emergentes por meio de uma atitude de suspensão, de atenção flutuante. Também procurou estender o caminho da razão, do sentido e do significado de motivações e resíduos de irracionalidade que não se mostravam apreensíveis por categorias racionalistas.
A psicanálise enredou-se na própria trama que criou, floresceu num mundo em que ela mesma ajudou a formar, na busca da autenticidade humanas, prezando a singularidade radical, o único de cada indivíduo. Desenhou-se como um movimento antitradicional. A psicanálise nasceu na era do conflito entre a expressão e a repressão, entre a revelação e o ocultamento do desejo. Hoje, as questões limítrofes do psiquismo giram em torno daquilo que se inscreve como automatismo, compulsão, pensar/não pensar e desmentalização. O desafio é criar mente onde esta ainda não consiste. O labor psicanalítico se estende até onde principia o psiquismo, na delimitação entre corpo biológico e erógeno. É o caso das patologias do mundo atual -quadros borderline, bulimia, anorexia nervosa, etc.
Hoje, os psicanalistas embora possam ter diferentes pontos de vista em relação a teorias, ideologias, etc, todos encontram consenso no método psicanalítico de investigação científica para tratamento de distúrbios psíquicos, impossível por outras vias. Este método é uma forma muito particular de interação, na qual o método psicanalítico se explicita como elemento fundamental. O analista leva para o consultório qualidades humanistas e, principalmente, a sí próprio: sua dor, sua curiosidade e sua capacidade de analisar- a si e ao outro. O compromisso com o sofrimento humano delimita a identidade e a função da psicanálise. O aculturamento do psicanalista, sua leitura árdua ( porém apaixonante), é uma doação única desses profissionais seguidores de Sigmund Freud, que por volta de 1900 foi designado como "o modesto sábio de Viena", e hoje, cem anos depois foi escolhido como "homem do século" pela revista Time. ´
(adaptado por Jane Sabino, o texto de Plínio Montagna (diretor científico da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo) para revista Viver mente & Cérebro)

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