A descoberta do inconsciente dinâmico provavelmente é a contribuição mais importante de Freud para a compreensão da mente humana. Se antes dele, outros perceberam que nem toda a atividade mental é consciente, o objetivo de Freud foi estudar a fundo tanto o conteúdo quanto o estranho modo de pensar da mente inconsciente. Os sonhos irrompem em nós e se desenrolam em nosso teatro interno cheios de significados ocultos. Freud mostrou a ligação entre eles e os intrigantes sintomas neuróticos e psicóticos, os lapsos verbais e uma multiplicidade de enganos que comprovaram a existência do inconsciente. A psicanálise revela que muitas vezes vivemos de acordo com o inconsciente que mora em nós, bem escondido à luz do dia e com uma influência dominadora revelada no drama do sono. "O inconsciente é por definição incognoscível. O psicanalista está portanto, na posição infeliz de ser o estudioso daquilo que não se pode conhecer" E ainda: "O conceito de inconsciente batia havia muito tempo nos portões da psicologia, querendo entrar. A filosofia e a literatura costumava brincar com ele, mas a ciência não lhe encontrava um uso" (Freud).
Ex: No final do séc. XIX, o presidente do parlamento autríaco abriu uma sessão com as seguintes palavras: "Percebo que há quórum e portanto declaro a sessão encerrada". Ele pretendia conscientemente declarar a sessão aberta, mas cometeu um lapso que revelou o que sentia. Algumas sessões anteriores haviam sido tumultuadas e pouco produtivas, de modo que era compreensível que o presidente preferisse fazer o discurso de encerramento ao de abertura.
É assim que o inconsciente fala- muitas vezes com embaraço, como se zombasse das nossas ilusões de percepção consciente e controle sobre os nossos desejos e intenções.
Bibliografia-
PHIL MOLLON-Conceitos da Psicanálise- publicado por viver mente & cérebro.
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