As postagens são feitas por nossa Comissão Científica. Podem ser próprias, adaptadas, transcritas de teóricos ou de sites científicos com publicações de novos estudos, e, teem a finalidade de informar e esclarecer alguns transtornos mentais. Não é diagnóstico final, portanto, procure o seu profissional ou o nosso espaço para maiores esclarecimentos em N. I./RJ com hora marcada: tel- 2669-7562 ou 9644-87280


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Borderline na visão psicanalista



A difícil realidade dos que sofrem deste transtorno de personalidade, e o tratamento psiquiátrico que emergiu de uma visão psicanalista: Sentimentos intensos e confusos, flutuações rápidas e variações no estado de humor, comportamento autodestrutivo e automutilante, impulsividade e agressividade, além de um vazio profundo marcam o Trantorno de Personalidade Borderline (TPB). Teodore Millon em em 1980, possuia um envolvimento clínico e teórico de longa data em transtornos de personalidade, propôs uma personalidade formada por fatores biológicos combinados e interagindo reciprocamente com as experiências no decorrer da vida, tornou o conceito diagnóstico acessível para terapeutas comportamentais. Assim, o transtorno ocorrendo na idade adulta e preenchendo cinco ou mais características das indicadas abaixo (Tabela TPB proposta pelo DSM-IV-TR (APA-2002), podemos considerar o indivíduo um paciente Borderline:



  • Esforços para evitar um abandono real ou imaginário- são pessoas intolerantes a solidão;

  • Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, em que a pessoa alterna entre extremos de idealização e desvalorização;

  • Perturbações de identidade- instabilidade constante da auto-imagem ou do sentimento do eu;

  • Impulsividade em duas ou mais áreas, prejudicando significativamente a sua vida.( sexo, abuso de substâncias, comer compulsivo, etc.)

  • Comportamentos, gestos ou ameaças de suicídio ou de comportamento automutilante;

  • Instabilidade afetiva - oscilação frequente de humor;

  • Sentimentos crônicos de vazio;

  • Raiva intensa ou dificuldade em controlar a raiva;

  • Episódio de ideação paranóide relacionado ao stress e a sintomas dissociativos intensos.

Pesquisas recentes nos mostram que assim como se controlam a pressão alta e o diabetes com posturas comportamentais e medicamentos, também podemos tornar o modo de vida de um borderline mais feliz. Serotonina, norepinefrina e acetilcolina estão entre os neurotransmissores químicos envolvidos com a região do córtex cerebral pré-frontal onde se preduz a capacidade de suprirmir-se as emoções negativas, logo esses mensageiros químicos desempenham um papel na regulação das emoções, inclçuindo raiva, ansiedade, tristeza e irritabilidade.

O TPB é segundo as pesquisas, mais frequente em mulheres, que buscam conciliar diversos papéis sem saber o que priorizar, gerando mais confusão e estresse sobre quem são ou o que querem. Além de causas como aumentos da taxa de divórcios, da utilização de babás, da dificuldade de alcançar relacionamentos íntimos mais estáveis, violência sexual na infância, rejeição, etc.

A teoria de Klein- com seus conceitos de cisão, objetos bons e maus e identificaçõ projetiva- possibilitou falar sobre a instabilidade e o quadro clínico caótico apresentado pelo borderline.

O tratamento requer tempo e paciência, tanto dos profissionais quanto dos familiares, envolve a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental com medicamentos, preferencialmente antidepressivos e estabilizantes de humor. Em determinados contextos (psiquê42-ciência e vida) a internação psiquiátrica pode ser necessária para a proteção do próprio paciente.

Difícil é quando ocorre a comorbidade, ou seja, a associação do TPB com o TBH ou outros transtornos mentais. A observância deve durar pelo menos 6 meses antes de um diagnóstico, pois não há atualmente exames de neuroimagem ou laboratoriais que façam o diagnóstico.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Oniomania e shopaholics

Quando a compulsão por comprar se apresenta de forma severa, dá origem a um transtorno de controle dos impulsos denominado oniomania. Os portadores de oniomania, também conhecidos como shopaholics ou consumidores compulsivos, somam 3% da população mundial e se vêem frequentemente em situações nas quais não conseguem resistir à tentação de comprar. Chegam até a não cumprir compromissos financeiros essenciais para gastar com supérfluos. A gratificação e a satisfação obtidas pela compra não os permitem avaliar prejuízos enormes.
Uma pessoa é é considerada consumidor compulsivo se for incapaz de controlar o desejo de comprar e quando os gastos, frequentes e excessivos, interferem de modo importante em vários aspectos de sua vida. Antes de cometer o ato sobre o qual não tem controle, é comum que o shopaholic apresente sintomas de ansiedade e/o excitação. Já durante a execução do ato, experimenta sensações de prazer e gratificação. E, quando, por algum motivo, é impedido de comprar, costuma relatar sensações de angústia, frustração e irritabilidade. A maioria apresenta culpa, vergonha ou algum tipo de remorso ao término do ato.
O comprador consome apenas pelo ato de consumir e não pela real necessidade do objeto.
O Psiquiatra Leonardo Gama Filho destaca em um artigo na revista Psiquê a relação desses consumidores com outros transtornos. Ele diz que, "Compras compulivas podem ser encontradas com muita frequência no trantorno bipolar de humor na fase maníaca, de exaltação do humor, em que existem sentimentos intensos de alegria e otimismo com falta de capacidade para julgar com clareza as consequências dos atos cometidos; também podem ser encontradas em portadores do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), principalmente em pacientes com compulsões de colecionismo"
Embora a compulsão por compras possa estar relacionada a outros transtornos, alguns fatores presentes no dia-a-dia são facilitadores de compra descontrolada. Infelizmente, a maioria dos shopaholics só procuram ajuda quando as dívidas estão grandes e já acarretam problemas familiares, nos relacionamentos, em situações legais, ou até quando dão origem a episódios depressivos de intensidade importante. Em alguns casos os portadores do trantorno só chegam ao consultório trazidos por familiares, amigos ou o cônjuge.
Acredita-se que a origem do transtorno se deva a um déficit do neurotransmissor serotonina, que reconhecidamente proporciona menor ocorrência de impulsividade. Desta forma , o tratamento envolve além da Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (Onde vai mostrar ao paciente que deve apenas possuir um valor limitado para os gstos mensais, até estabilizar as suas pendências não possuir cartões de crédito, cheques, etc), envolver também, em alguns casos, os agentes estabilizadores de humor.
Quando obtiver progressos, é dado a ele, paulatinamente o pleno controle sobre suas finanças.
Se você já começa a fazer "malabaismos" com as contas do mês, ou se já começa a mentir sobre a quantia verdadeira gasta nas suas comprar, procure ajuda.