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domingo, 18 de maio de 2008

Beijos! hum...hum...hum...! Vem aí dia dos namorados

Os lábios têm uma enorme concentração de receptores sensoriais extremamente sensíveis à estimulação que evoca reações primais. Quando intensos, prenhes de afetos e atravessados pelos desejos, os beijos costumam aumentar a pulsação sanguínea e a pressão arterial, as pupilas se dilatam e a capacidade de pensar racionalmente é momentaneamente arrefecida, tornando a inibição mais tênue. O mais interessante é que além do arrebatamento e da excitação sexual- previsível - diz Gláucia Leal em mente & cérebro, pesquisas mostram que o grau de afinidade entre as bocas pode determinar ( ou refletir) o futuro dos relacionamentos. Para a psicologia evolucionista, a explicação é simples: ao beijarmos, enviamos e recebemos informações sutis, nem sempre captadas claramente pela consciência, a respeito da intensidade do comprometimento afetivo- e de nossas intenções de nos mantermos ao lado daquele a quem beijamos. Podemos pensar que o encontro das bocas nos remete a uma oralidade primitiva e simbiótica, experienciada na pré-história de nossa vida psíquica, quando nos uníamos ao outro ( em geral a figura materna), como se amalgássemos a ele, e todo o mundo ao nosso redor simplesmente desaparecesse. Talvez por isso a maioria das pessoas feche os olhos quando beija, refugiamo-nos atrás das pálpebras e então é como se a realidade externa já não existisse ou, quem sabe, se diluísse e também se juntasse a nós, indistinta. Por alguns instantes, só existe o toque dos lábios, o roçar das peles, a mistura dos hálitos.
Ainda que por frações de minutos, o ato de beijar suspende o juízo de valor, ficamos encantados demais para nos incomodar com a prudência ou nos acanhar. "Talvez o Superego ( instância psíquica proposta por Sigmund Freud, guardiã das normas e proibições que aprendemos e adotamos) seja solúvel em beijos..."

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