O suicídio, segundo Kovács, pode ser considerado o único
problema filosófico verdadeiramente sério, isso, porque cogitar sobre a vida,
se ela vale à pena ou não ser vivida, é de incumbência fundamental da
filosofia.
Para alguns teóricos e exímios intelectuais, o ato suicida é
compreendido como um homicídio, um homicídio de si mesmo, onde o indivíduo,
então, exerce o papel de protagonista e o de produtor: é assassino e
assassinado (KOVÁCS, 1992)
No tocante à compreensão do ato suicida, torna-se relevante
salientar que determinados teóricos e intelectuais analisam-no sob prismas
distintos: há os que o compreendem senão em uma dimensão individual, ou seja,
concepção de que somente o indivíduo determina a sua morte; e há aqueles que o
compreendem em uma dimensão social e individual, ou seja, concepção de que a
sociedade é quem induz o indivíduo a suicidar-se. Desse modo, portanto, em uma
dimensão restrita, individual, compreende-se o ato suicida como uma auto-eliminação
consciente, voluntária e intencional; em uma dimensão abrangente, social,
compreende-se como um ato suscitado por processos autodestrutivos
inconscientes, lentos e crônicos.
Em síntese, indiferente dos contrastes existentes em suas
compreensões, o que pode-se saber com exatidão acerca do suicídio é que este
fenômeno é demasiado complexo para poder compreendê-lo e identificá-lo com
precisão, pois não está categoricamente relacionado aos acontecimentos
recentes, mas pode, como comumente dados elucidam, estar relacionado à
épocas passadas da vida do indivíduo.
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