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sábado, 18 de julho de 2009

Impulso assassino




O Brasil ocupa lugar de destaque entre os países mais violentos do mundo, considerando também aqueles com histórico recente de guerras (como Eslovênia, Croácia, Israel). As estatísticas confirmam que, em cada 100 assassinatos cometidos em território brasileiro, somente duas pessoas são presas. Nos Estados Unidos a média chega a 90%. Grande parte dos assassinos age por impulso. A maioria dessas pessoas é considerada "normal" até que cometa algum crime, num ato impulsivo. "A pessoa tem razões subjetivas que, num dado momento, lhe pareçam justificadas. "Muitos tomam consciência da gravidade e da irreversibilidade do ato só depois de cometê-lo", observa o psiquiatra Elias Abdalla Filho, membro da diretoria do Departamento de Psiquiatria Forense da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Lesões cerebrais graves ocorridas na infância podem provocar comportamento agressivo; mas é a combinação de fatores neurológicos e psicossociais que costuma ser perigosa. O comportamento violento nunca pode ser atribuído a uma única causa- tendência inata, patologia, ambiente desfavorável ou experiência dolorosa. É preciso considerar a combinação de diversos fatores de risco que se reforçam e se influenciam mutuamente. Um dos maiores estudos longitudinais teve início em 1972 na Nova Zelândia (afirma a revista mente & cérebro-2006). Uma equipe de psicólogos de vários países acommpanha há 36 anos o destino de aproximadamente mil pessoas nascidas naquele ano na cidade de Dunedim. Os pesquisadores concentraram seus estudos principalmente em forma de comportamento anti-social acompanhadas de violência física. Logo, um pequeno grupo de violentos crônicos do sexo masculino apresentaram características como baixa tolerância à frustração, dificuldade em aprender regras sociais, problemas de concentração, capacidade reduzida de compreensão dos sentimentos de outras pessoas e inteligência defasada. Entretanto, o que mais se destaca é a falta de contenção psíquica, que os faz passar do sentimento ao ato quase imediatamente. Os impulsos agressivos são deflagrados pelas emoções.

Alterações fisiológicas no sistma límbico e no córtex pré-frontal podem estar associadas ao comportamento impulsivo: Neurobiologistas compararam a anatomia do cérebro de criminosos violentos e de homens comuns e descobriram essas alterações. As partes citadas estão ligadas ao surgimento, decodificação e controle das emoções. Efeitos inibidores sobre parte do sistema límbico, principalmente o hipotálamo e a amígdala, de onde vem os impulsos agressivos, são atribuídosa a área do córtex pré-frontal, segundo a qual as raízes psicobiológicas do comportamento anti-social podem ser compreendidas como um "defeito" na regulação do córtex do sistema límbico. Vários estudos apóiam essa interpretação.

A situação quando o cérebro é afetado na infância: O neurologista Antônio Damásio coordenou uma pesquisa onde observaram consequências dramáticas nesse tipo de caso: Cirurgiões retiraram um tumor do cérebro frontal direito de um bebê de 3 meses. Quando o menino tinha 9 anos começaram a surgir problemas: era muito difícil motivá-lo na escola, ele permanecia isolado e passava o seu tempo livre exclusivamente diante da televisão ou ouvindo música. Em algumas ocasiões ficava inexplicavelmente furioso, ameaçava e chegava a agredir fisicamente as pessoas. Interessante notar que ele cresceu em ambiente acolhedor com pais amorosos e irmãos cujo desenvolviento foi considerado normal.
"O mais importante hoje, é a observação- diz a psicanalista Jane Sabino- de sinais e sintomas que não são normais, e procurar ajuda especializada assim que notar algo diferente ou um dos sintomas citados acima.

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