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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dinheiro na Cabeça!



O dinheiro mexe com a cabeça! Esse é o tema da revista mente & cérebro dessa semana. E, resolvi colocar o assunto aqui para discussão. Os neuroeconomistas teem estudado mais detalhadamente o conceiro de Homo oeconomicus, verificando e desenvolvendo teorias econômicas para compreender o que acontece no cérebro humano. O rápido progresso da tecnologia, principalmente na área dos procedimentos por imagem, fez com que essa linha de estudos fosse impulsionada nos últimos anos. Confiar nas pessoas com quem fazemos negócios provoca intensas reações cerebrais. Nos que acreditam em seus parceiros, o córtex pré-cingular, uma área que analisa o próprio comportamento e as ações presumíveis do outro, mostra-se mais ativo.
A maioria das pessoas que se submete a um processo psicoterápico, em especial de base psicanalítica, provavelmente terá de se haver, em algum momento, com a questão do dinheiro. Não por acaso: de uma forma ou de outra, todos nós temos inquietações- e sofrimento - em nossas relações com o vil metal. Na clínica, ele não é apenas tema de análise, mas também um elemento da sustentação do setting. A maneira como o paciente lida com o pagamento das sessões, o quanto e o como dispõe de seus recursos costuma oferecer material de trabalho ao analista e ao analisando, dando margem a reflexões, interpretações, elaborações e insights.
"Ha uma diferença fundamental em relação à maneira como o dinheiro circula no mercado e na clínica, onde está associado à economia inconsciente", ressalta o psicanalista Mauro Mendes Dias, membro-fundador da Sociedade de Psicanálise de Campinas. Na neurose obsessiva, por exemplo, o traço de avareza corresponde ao sentido miserável que o sujeito atribui a seu próprio desejo. O pagamento introduz uma questão decisiva destacada por Freud, que remete às primeiras trocas da criança com a mãe. Jacques Lacan fala de três preços: 1- vinculado à palavra do analista, que sempre deve ter efeito de interpretação, e, portanto, não pode ser banal; 2- tem a ver com o esvaziamento do próprio ego. Para dispor dessas duas condições o psicanalista precisa ter se submetido a própria análise e à formação- o que costuma ser dispendioso. 3- Está relacionado à necessidade de sustentar sua função por meio de um processo continuado de aprendizagem, leitura, atualizações, troca com pares, participação em grupos de discussão e eventos- e isso requer investimento permanente, não só de dinheiro, mas também de tempo e desejo.
Pense:
Porque adquirir aquele produto? Impulso? Necessidade?
Estudos mostram que mecanismos inconscientes interferem fortemente quando abrimos a carteira.

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