A arte se antecipou a Ciência no descobrimento das realidades psicológicas. Desde tempo imemorial, a criação artística tem sido expressão plástica da vida emocional do homem, tanto quanto a investigação científica tem pretendido ser da sua vida intelectual. As teorias freudianas encontraram eco rapidamente nos meios artísticos, singularmente na Literatura e no Teatro. Aquelas por sua vez, extrairiam desta boa parte de seus argumentos. A Psicanálise demonstrou como as obras primas da Arte (poesia, literatura, pintura, etc) eram, em muitas ocasiões, resultantes da projeção dos próprios conflitos e complexos afetivos de seus tutores. Em 1913, Freud publicou na revista "Imago" sua primeira contribuição a respeito do assunto, psicanalisando a famosa obra de Shakespeare, O mercador de Veneza. Comparando a cena da escolha de uma das três caixas (de ouro, prata e chumbo) com cenas semelhantes de outras obras na tragédia O Rei Lear, onde o pastor Paris terá que fazer a escolha de uma das três Deusas. Chegou a conclusão de que se trata do simbolismo da escolha que o homem faz diante de três mulheres. Tal escolha se faz sempre em favor da terceira (que ama e se esconde no fundo; é modesta e desaparecerá na profundidade como o chumbo). A Psicanálise faz da imagem desta terceira irmã o símbolo da Morte (silenciosa e oculta na profundidade) que é, por sua vez, e por curiosa antinomia, o símbolo do Amor. Não esqueçamos que Garcia Lorca dominava o êxtase amoroso de "la Muerte chiquita" - a pequena morte-. Do mesmo modo foram psicanalisadas diversas obras de Leonardo Da Vinci, A Gradiva,de W. Jensen, A vida amorosa, de Lenan, O complexo Edipiano de Hamlet, etc. Para ilustrar bem esta parte cito o filme "UM MÉTODO PERIGOSO" que mostra o início da carreira de Jung, psiquiatra novo que ao em vez de medicar acredita na teoria da psicanálise na época Freudiana e pratica algumas de suas teorias e investigações na associação de palavras com seus pacientes.
Veja o trailer no link http://youtu.be/SmU0oL0Iswc .