sábado, 14 de fevereiro de 2009
Equilíbrio emocional e Imunidade
domingo, 1 de fevereiro de 2009
O Cotidiano nosso de cada dia!
O comportamento hostil é mais simples do que o compotamento amoroso, logo mais frequente.
A irritação está por todos os lugares. O contato humano intenso estressa e passivos, insistimos em viver em aglomerados muito densos, onde as regras do viver são muito áridas e angustiantes. Tudo está por um triz! Por um nada a vizinha grita com o marido: maldiz, ofende. Ele revida, sem pudor e sem moral, usando o mais vil dos palavrórios, deixando claro que seu desejo é de que todos aqueles que o circundam compartilhem passivamente do desastre humano que ali se apresenta. Mais um amor fracassado, mais um casal que aceitou a degradação que o convívio desatento impões e obriga.
Carregamos em nossas costas o ânimo perturbado e levamos em nosso peito nosso espírito sempre arisco, disposto a uma contenda ou a uma fuga. (Emir Tomazelli- psicanalista do Instituto Sedes Sapientiae)
O gesto hostil requer apenas uma via de descarga, que é o agir, não carece de pensamento. O ato, a ação são próprios para isso: mexemos os músculos e nos livramos da tensão imediata acumulada- a inteligência ajuda a disfarçar a brutalidade maquiando a atitude manifestada. Por exemplo, a criança xinga a própria mãe. A mãe para revidar a brutalidade do filho, engole o sapo da raiva que lhe despertou e finge que o ama, mesmo que ele seja um estúpido com ela... Hum está feita a confusão! Ela fica desgastada pelo trabalhão que teve para conter-se e o garoto fica impune e equivocadamente cheio de razão. Egoisticamente certo. É aí que mora o perigo. A bondade materna se retorce transformando-se em tolerância, e o ato de brutalidade do pequenino infante é falsamente perdoado sob a rubrica pronunciada aos quatro cantos pela avó: " Mas gente! ele é só uma criança!". O cerco nesse ponto, se fecha e a ética que deveria ser orientada pelo que é o mais nobre vai pro vinagre e sofre um baque.
As vovós e alguns de nós preferimos uma negação psicótica da realidade e a produção de uma falsa bondade que propaga a proteção das mesmas crianças por quem, mais tarde, seremos espancados.
O agir de supetão ou do impulso não precisa da ajuda do pensamento. Infelizmente os atos agressivos são menos evoluídos que os que envolvem respeito, consideração, solidariedade.
Temos raiva à toa porque qualquer coisa que nos desorganize ou nos retire da chamada área de confronto - isto é, a área de não surpresa! - é suficiente para exigir de nós operações tantas e tão complexas que, para acessarmos esse nível, deveremos fazer um enorme esforço de adiamento, de contenção. Na verdade ninguém nos ensinou que o ato destrutivo já vem prontinho no Kit com o qual chegamos ao mundo ( continua Tomazelli) - este sim, é dádiva; nem que para sermos construtivos é necessário um esforço e uma capacidade de aprendizado e adaptação que de modo algum vem em um programa de fácil acesso. Longe de ser uma dádiva o amor e a fraternidade são conquistas, são batalhas vencidas no mundo diminuto do dia-a-dia.
Ter maturidade, saber esperar para permanecer calmo sem saber o que se está vivendo, ter serenidade para observar o que está acontecendo ao redor e paciência para formular pensamentos úteis em vez de fantasias que substituam a realidade são comportamentos que exigem muito de nós. Quanto mais infantis somos, mais raivosos, mais desrespeitosos. Quanto mais fechados em nosso narcisismo, menos sentido o outro humano tem.
Só mesmo pensando como Freud pensou o narcisismo, compreederemos que temos uma relação sensual e passional com nosso ego. Somos auto-apaixonados. Desejamo-nos mais que a qualquer um, estamos cegos ao outro pela que nossa autoconservação nos demanda. Damos muito menos do que podemos dar e do que teoricamente teríamos responsabilidade de dar. Mesmo que não façamos nada que aparente amor por nós, somos auto-devotados. Teimosos, renitentes, somos metódica e precisamente sempre nós mesmos, e impomos nossas regras ao outro; e se o outro não as aceita, impomos a ele o nosso desamor, o nosso ódio, o nosso rancor, nossa traição. Jogos egóicos, jogos menores, imposições do eu, esse é o mundo onde a raiva impera.
Há somente um caminho: desenvolvermos a fé em que darmos o melhor de nós nos faz melhor!