Imaginemos que um explorador chega a uma região pouco conhecida onde seu interesse é despertado por uma extensa área de ruínas, com restos de paredes, fragmentos de colunas e lápides com inscrições meio apagadas e ilegíveis.
Pode contentar-se em inspecionar o que está visível, em interrogar os habitantes que moram nas imediações a respeito da história e do significado desses resíduos arqueológicos e então seguir viagem. Mas pode agir de modo diferente. Pode ter levado consigo picaretas, pás e enxadas... pode partir para as ruínas, remover o lixo e, começando dos resíduos visíveis, descobrir o que está enterrado. Se seu trabalho for coroado de êxito, as descobertas se explicarão por si mesmas: as paredes tombadas são parte das muralhas de um palácio ou de um depósito de tesouros; os fragmentos de colunas podem reconstituir um templo; as numerosas inscrições revelam um alfabeto e uma linguagem que, uma vez decifrados e traduzidos, fornecem informações nem mesmo sonhadas sobre eventos do mais remoto passado em cuja homenagem os monumentos foram erigidos. Saxa loquuntur! ( As pedras falam.)
Jane adaptou de Freud- Etiologia da Histeria